quarta-feira, 4 de julho de 2007

Angustiado ...

Este texto foi escrito neste mesmo dia 03/05/2006 quando, em crise, passei o dia a me expremer em textos

Hoje acordei assim. Peito apertado, vontade de chorar. Parece que todo mundo ri de mim. Mania de perseguição? Não sei. Sei que acordei assim.

Dias assim não são muito comuns em minha vida mas, quando vem, são destruidores. Tenho vontade de ligar pra namorada e reclamar que ela não me dá atenção, vontade de sair do trabalho e enfiar a cabeça no travesseiro. Vontade de quebrar alguma coisa ou socar até que minhas mãos doam e minha angustia passe.

Não sei se isso é uma coisa normal. Se sou só eu, ou se o mundo todo tem direito às suas 24 horas de angustia. Mas sei que HOJE TÁ FODA!

Mas esta angustia até que ta me rendendo uma coisa boa. Este texto!

Pois é! Há dias penso em começar a escrever textos mas nunca sei sobre o que falar. Hoje, agora, mais precisamente as 14:35 do dia 3 de maio - como sempre, contei os meses nos dedos – resolvei: “Vou escrever sobre minhas angustia”.

E não é que ta dando certo. Acho que isso acaba sendo uma forma de desabafo né? Como não faço terapia – sempre me achei bem resolvido de mais pra fazer – e não estou nem um pouco a fim de conversar com outros sobre minha angustia, este texto, mais precisamente esta folha de WORD, é minha confidente.

Mas voltemos pois a minha angustia. Sempre que fico assim penso porque estou assim. É estranho quando penso na frase , ”EU PENSO DE MAIS”, mas é exatamente assim que me sinto. Penso de mais no que os outros pensam, penso de mais em não fazer papel de bobo – mesmo que sempre me esforce com afinco em ser o palhaço da turma – penso de mais em tudo.

Parece castigo eu pensar de mais. Um castigo bem sacaninha, se posso dizer. Acontece que, pouco antes de começar a namorar minha atual namorada, tive um casinho com uma menina que pensava de mais. Mas como meu interesse nela era praticamente nulo, com ela eu não pensava, eu fazia. Como estava pouco me fodendo de agradar ou não, não tava nem ai se ela ia achar ruim ou bom algo que eu fazia. E isso era bom. Por outro lado, ela sim, se preocupava o tempo todo em me conquistar e me fazer entrar na dela. E isso não é bom. Pelo menos hoje eu vejo o quanto isso é ruim.

Mas vou voltar a falar de mim. Por pensar de mais acabo pensando num tanto de bosta que vai se acumulando e acumulando e virando uma grande, enorme avalanche de merda! Como já disse, acabo achando-me um panaca e quanto mais o acho mais me sinto assim.

Vou dar outro exemplo de como “pensar de mais” é uma bosta. Hoje tem Atlético e Flamengo no Mineirão. A minha namorada tava querendo ir a este jogo e me conformei a acompanha-la (sim, porque com a situação do Galo pra este jogo, so no conformismo mesmo) desde que fossemos de cadeiras especiais – mais tranqüilo. Um dado importante a se salientar aqui é que eu sou Atleticano e ela Flamenguista. Pois bem. Os ingressos pra cadeira acabaram e ela agora quer ir na arquibancada. O jogo vai estar lotado pois os ingressos foram vendidos muito baratos. Conclusão: vai estar foda lá! Ai entra meu inferno cerebral ativando o mecanismo de tortura, mais conhecido como ANSIDADE.

Começo a pensar no tanto de merda que pode dar. Brigas, arrombarem meu carro, mexerem com ela e ... pronto, forma-se agora em cadeia nacional de rádio e televisão um turbilhão de pensamentos angustiantes que só fazem me deixar maluco.

Ai, fico tentando me dizer: “Calma, vai dar tudo certo. Você está indo pra se divertir e tal e coisa.” Mas entre pensar nisso e acreditar nisso existe um longo e profundo abismo chamado ANGUSTIA.

Não sei bem se isso passa fácil ou se eu esqueço. Sei que ela passa. Me tortura, visita meus sonhos, coroe a minha alma e se vai. E fico feliz de novo. Volto a achar graça dos outros achando graça. Volto a fazer cara boa e a dar bom dia esperando que ele seja realmente bom. Mas isso vai durar quanto tempo. Quando será a próxima explosão angustiante. Bem, não sei ao certo. Preferia pensar que nunca mais. Mas eis que ela volta. Ela sempre volta.

Outro dado interessante que me ocorreu hoje foram os Anti-depressivos. Estava almoçando com um amigo e ouvia ele falar sem prestar a mínima atenção. Meu olhar, fixo em um pedaço de Cupim no meu prato, estava completamente longe da carne e fixo em Anti-depressivos. Pensei se não seria uma boa um comprimidinho pra me deixar mais feliz e sorridente. Ora, será que isso é a solução? Será que estou realmente me tornando uma pessoa deprimida?

Como já mencionei, nunca fui de pensar de mais em nada. Mas acho que com os anos estou me tornando uma pessoa muito metódica. Chata para bem falar. Um cara que gosta de ter o controle, de saber como as coisas serão. Então cheguei a seguinte conclusão: NÃO GOSTO DE SUPRESAS. Prefiro saber de tudo.

Então o almoço passou e me esqueci dos Anti-depressivos. Mas me lembrei que, se eu estiver realmente me tornando uma pessoas amarga e deprimida, terei logo-logo de procurar uma ajuda profissional. Coisa que, creio, você querida folha de WORD não pode me proporcionar.

Não sei se é este ainda o caso. Não sei o quanto estou mal e nem se estou mal de verdade ou se só quero atenção. A única coisa que sei com certeza é que HOJE TÁ FODA!

Bom. Acho que é só por enquanto. Vou ler o que escrevi até agora, passar o corretor ortográfico e salvar na minha pasta de textos – em fim um texto para minha pasta de textos.

Nos falamos, digo, eu falo mais depois.

P.s. A alegria dos outros me irrita profundamente quando fico angustiado. Tenho vontade de promover um extermino coletivo.

P.s.2 Já acrescentei mais 3 parágrafos desde a hora que salvei o texto pela primeira vez. Se continuar assim vou acabar escrevendo um livro sobre minha angustia. Será que vende?

P.s.3 Espero que o texto de amanhã seja sobre felicidade ou sobre a triunfal vitória do GALO!

P.s.4 _ (juro que é o último) Acho que o Nando Reis também tem problemas como o meu. Em uma de suas músicas ele diz: “...por pensar de mais, resolvi na pensar de mais”. Pensei nela e falei: PUTZ ... sou eu? Coloquei até no MSN

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