quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Luzes, embrulhos e Milk Shake’s

Ontem comecei a me dar conta que o Natal está ai. Pois é, só ontem! Só ontem, quando fui a um shopping, percebi que, a menos de 20 dias do Natal, o espírito natalino ainda não me invadiu. Na verdade mesmo, ele não me invade mais. Já há muito tempo.

Desde que deixei a infância real – hoje estou na infância mental – pra trás e, com ela, aquela ansiedade por presentes, que não marco mais estas datas como Natal e Aniversários. Meu aniversário este ano então... se não fosse minha namorada, nem me lembraria do dia!

Mas ontem percebi uma coisa, na verdade outra coisa. A primeira que percebi foi a falta de “Natal” em mim. A outra foi em que o meu Natal adulto se transformou. Antigamente via o natal sobre a ótica de uma criança, ávida por presentes e esperançosa de boas festas, muita comida e primos. Rever, conversar, me atualizar com meus primos.

Hoje o Natal ficou diferente. Ficou consumista e solitário. Ficou com cara de shopping. Com muitas luzinhas piscando, Green Sleaves tocando, gente conversando, embrulhos ... embrulhos ... embrulhos ... e um milk shake de Ovo Maltine depois do sanduíche.

Estranho pensar o Natal assim. Estranho pensar que natal é época de votos, de renovar, de renascer e ... gastar?

Bom, pode ser que sim. Pode ser que este seja apenas mais um texto existencialista sobre a crise natalina dos trinta que invade os pré-balzaquianos. Pode ser que só esteja com remoço ao pensar no meu cartão de crédito.

Mas aí saio do shopping e vejo, como todo dezembro em Belo Horizonte, muita chuva e gente na rua. Em grandes caixas de papelão. Gente iluminada pelas mesmas luzinhas piscantes que faziam a minha alegria, mas que agora apenas realçam, pra mim, a miséria destas pessoas.

Vou pensar melhor em como usar meu cartão de crédito este natal. E quem sabe em 2008 eu pense melhor antes de esquecer do natal ...

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Ditos POP Lares

Quem lê Caras, não vê que horas são ...

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

SUPER EXPLOSÃO DE REFRESCÂNCIA

Dentes mais brancos, hálito mais puro, refrescância explosiva, Combate 12 doênças bucais.

ABRA A BOCA ... É ROYAL

terça-feira, 25 de setembro de 2007

vida de mil dias

Se mil dias eu vivesse
mil coisas novas eu faria
daria mais vida a quem está sem luz
daria a mão a quem só pede um pouco
moveria as pedras do caminho dos desencaminhados
ensinaria mais aos que nada sabem.

Se mil dias eu vivesse
nao sofreria mais as mazelas do tempo
nao me preocuparia com as faltas do homem
não me recordaria mais das dores da vida
me preocuparia mais com as belezas do eu

Se mil dias eu vivesse
faria mil vezes os erros do amor
daria mil vezes meu coração
para que, mil vezes, eu sofra quando ele se quebrar.

Se mil dias eu vivesse
um destes mil dias seria destinado a relembrar
que durante meus mil dias de vida
mil vidas eu vivi. Mil vidas vezes mil.
E que mil dias foram poucos
para as mil vontades de viver que a vida me deu.

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Homem Burocrático

Pobre homem burocrático.
Escondido em sua rotina sistmática.
Sufocado por seu racionalismo insosso
Estreitado por seu brilho apagado.

Pobre homem burocrático.
Simétrico, correto, enfático.
Não se arrisca a loucuras,não se deixa levar.
Não aceita as mazelas da vida
acha que a vida é sempre par.

Pobre homem burocrático.
Pobre existência comum.
Seu estilo se repete em preto e branco
Sem texturas, sem contornos. Mais um.

Pobre homem burocrático.
Seu cabelo é semprde quadrado
Sua cara é lisa e sem marcas
Seu cheiro é opaco/amadeirado.
Pobre homem acinzentado.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

LLL

Linda loira leve,
Leva-me a loucos levantes
Lingua lasciva
Lábios lancinantes

Linda loira leve
lembro-te lentamente
louvo-te loucamente
levo-te ao lar.

Linda, loira e leve!

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Jarros de lembranças

Capturei pensamentos espessos no ar
Guardei-os em jarros repletos de vida
Os esqueci. Por anos, não os quiz tocar
Enterrados na mente remota e falida

Um dia, um jarro, quiz desenterrar
Com calma, na terra, passei a buscar
Num deles toquei, com minha pá de memórias
E me concetrei para, a vida tornar

Pra minha supresa, ao Jarro abrir
Os meus pensamentos, lá já não pousavam
Haviam sumido, escorridos no tempo
Apenas as sombras, no jarro moravam.

Busquei outros jarros, ancioso a encontrar
Algum que estivesse, com lembranças a guardar
Mas em todos, após as tampas eu retirar
Apenas vazios, os pude encontrar.

Hoje não guardo lembranças em jarros
Pois aprendi que as lembranças so vivem em nós
Quando morremos, elas são esquecidas
Quando esquecemos, elas somem no ar.