terça-feira, 25 de setembro de 2007

vida de mil dias

Se mil dias eu vivesse
mil coisas novas eu faria
daria mais vida a quem está sem luz
daria a mão a quem só pede um pouco
moveria as pedras do caminho dos desencaminhados
ensinaria mais aos que nada sabem.

Se mil dias eu vivesse
nao sofreria mais as mazelas do tempo
nao me preocuparia com as faltas do homem
não me recordaria mais das dores da vida
me preocuparia mais com as belezas do eu

Se mil dias eu vivesse
faria mil vezes os erros do amor
daria mil vezes meu coração
para que, mil vezes, eu sofra quando ele se quebrar.

Se mil dias eu vivesse
um destes mil dias seria destinado a relembrar
que durante meus mil dias de vida
mil vidas eu vivi. Mil vidas vezes mil.
E que mil dias foram poucos
para as mil vontades de viver que a vida me deu.

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Homem Burocrático

Pobre homem burocrático.
Escondido em sua rotina sistmática.
Sufocado por seu racionalismo insosso
Estreitado por seu brilho apagado.

Pobre homem burocrático.
Simétrico, correto, enfático.
Não se arrisca a loucuras,não se deixa levar.
Não aceita as mazelas da vida
acha que a vida é sempre par.

Pobre homem burocrático.
Pobre existência comum.
Seu estilo se repete em preto e branco
Sem texturas, sem contornos. Mais um.

Pobre homem burocrático.
Seu cabelo é semprde quadrado
Sua cara é lisa e sem marcas
Seu cheiro é opaco/amadeirado.
Pobre homem acinzentado.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

LLL

Linda loira leve,
Leva-me a loucos levantes
Lingua lasciva
Lábios lancinantes

Linda loira leve
lembro-te lentamente
louvo-te loucamente
levo-te ao lar.

Linda, loira e leve!

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Jarros de lembranças

Capturei pensamentos espessos no ar
Guardei-os em jarros repletos de vida
Os esqueci. Por anos, não os quiz tocar
Enterrados na mente remota e falida

Um dia, um jarro, quiz desenterrar
Com calma, na terra, passei a buscar
Num deles toquei, com minha pá de memórias
E me concetrei para, a vida tornar

Pra minha supresa, ao Jarro abrir
Os meus pensamentos, lá já não pousavam
Haviam sumido, escorridos no tempo
Apenas as sombras, no jarro moravam.

Busquei outros jarros, ancioso a encontrar
Algum que estivesse, com lembranças a guardar
Mas em todos, após as tampas eu retirar
Apenas vazios, os pude encontrar.

Hoje não guardo lembranças em jarros
Pois aprendi que as lembranças so vivem em nós
Quando morremos, elas são esquecidas
Quando esquecemos, elas somem no ar.

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Lazanha, Bistecas e Segunda Feira.

Sexta-feira é feriado.
Quinta-feira a noite começam as comemorações.
Bar, buteco, novos amigos, novas pessoas.
Voltar com a aurora, sonhar com a conquista, acordar com ressaca.
Ligar para os amigos, almoço com resenha, sítio para lembranças.
Jantar para amigos, Lazanha a 8 mãos e bisteca na chapa.
Lembro-me que fiquei tomado pela gosrdura da carne de porco.
Lembro-me que a muito não reuníamos tantos bons juntos.
Amigos em volta da mesa, cerveja em volta da mesa, conversa em volta da mesa.
Nos fartamos, nos deitamos e, com o amanhecer, acordamos ressaquiados. Mais uma vez.
Bebemos o resto, limpamos o cesto, puzemos no carro e voltamos pra casa.
Hora de rever alguém.
Meio nervozo, muito ancioso, um tanto dengozo, mas confiante e lustroso.
Ceveja no bar, cerveja e sinuca, ceveja na casa, comida na casa (pra impressionar)
Conversa fiada, conversa séria, conversa pra boi dormir. Dormi!
Acordo cedo, volto pra casa, mas logo, logo, volto pra te buscar.
Almoço em família, conversa em família e mais um dia que passa sem se ver.
O fim está próximo. Um último encontro, por enquanto!
Mais sinuca, mais conversa, uma pizza pra fechar.
Segunda te ligo. Saudade, te sinto. Logo vou te encontrar.

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Passágens

A luz estreita passa pela greta
A água espessa passa pela ponte
A voz esparça passa pela porta
O cão estrupiado passa pelo dono
O pai estúpido passa pela amada
A mãe estafada passa pela vida
A mão esperta passa pela bunda
A bunda cai
O cão morreu
A mão matou
O Marido chorou
A água secou
A mulher saiu
O Dono acudiu
O pai a perdeu
A luz se apagou
A voz se calou